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Extermínio de Pensamentos

"Happiness only real when shared"-Christopher McCandless

Extermínio de Pensamentos

"Happiness only real when shared"-Christopher McCandless

02
Jan19

E começa outro...

Terminatora

Será literalmente um recomeço de tudo. 

Não sei o que me espera este ano, não tenho ainda certeza para onde vou, mas sinto confiança neste meu vaguear de pensamentos e decisões. É estranho não ter nada decidido, mas ainda assim sentir que é o que está mais certo. Não vou mentir e negar que o futuro não me preocupa. Preocupa, mas já não me preocupa a ponto de me tirar o sono ou não me deixar fazer outras coisas.

 

Tive um mês de Dezembro espectacular e foi como um recarregar de baterias. Embora, deixar este "mês" para trás me tivesse custado mais que outras despedidas anteriores, foi um mês muito vivido, para recordar com muito carinho e servirá para me dar forças para o que se segue. 

Espero que todos os que leiam este texto, tenham disfrutado deste mês, desta época de troca de carinho e amor. Que possam prolongar estes sentimentos, esta troca, pelo resto do ano. 

 

Temos a tradição de ao bater da meia noite de 31 de Dezembro, comer 12 passas e por cada uma, pedir um desejo para o novo ano. Engraçado que me perguntaram se estava a pedir o Euromilhões e já ia eu nas últimas e em nenhuma pedia dinheiro ou riquezas. Pedia somente saúde, amor, felicidade e coisas do género... Para os meus. Peço sempre para os meus, porque se eles não estiverem bem, eu também não consigo estar bem. A minha felicidade e a minha riqueza, faz-se com os outros. Com os meus. É na partilha que sou feliz. E quero poder partilhar com eles tudo e quero que tenham tudo do melhor. E não será riqueza, pois riqueza de bens é coisa que nunca tivemos e não iremos ter, mas que tenhamos riqueza na Alma e no coração e que partilhemos isso de forma a aumentar e proporcionar a outros, esses bens preciosos. 

 

Que vocês também possam ser ricos em Amor, Saúde e Alegria. Que em vosso ano abunde somente o Positivo. Que seja a vossa base, na construção deste novo Ano. 

Felicidades para todos, muito amor e carinho, é o que desejo do fundo do coração.  

 

 

23
Out18

É com cada coincidência

Terminatora

Dados os últimos acontecimentos, andava ontem à procura de um filme com que me pudesse animar, ou ajudar a deitar todas as mágoas para fora. Depois de ver vários que não me chamavam minimamente a atenção, parei num de Keanu Reeves e Winona Ryder - Destination Wedding. 

 

Eu por ver o nome, pensei logo, alguma piroseira sem muita graça, mas li mais ou menos o resumo e pareceu engraçado. Decidi carregar no play, pensando que me ia desmanchar em lágrimas todo o filme... Mas para meu espanto, ri-me imenso. Este não é o típico romance ou a típica comédia romântica. Tem ironia, sarcasmo, cepticismo, frieza, negatividade, mas também tem esperança, transparência, falhanços e positivismo. Estão bem patentes nos personagens e são elas também o oposto uma da outra. São personagens estranhos, carracundos e sem esperança na humanidade. Já para não dizer que são dois actores fabulosos e interpretam na perfeição estes desajeitados. 

 

Não é filme para o gosto de qualquer um, provavelmente se eu estivesse numa fase muito animada da minha vida, iria achar o filme completamente aborrecido, mas identifiquei-me imenso com todas as conversas das personagens e só quem já viveu algo parecido, consegue se rir do que acontece, pois de certa forma reve-se naquelas duas personagens. 

 

Achei bastante irónico também dar com o filme especialmente agora (!).

Enfim, eu recomendo vivamente a quem não perdeu a coragem de entregar seu coração apesar de todas as desilusões, que já sabemos de antemão, poderão acontecer. E mesmo assim, não enterrar esse sentimento bonito que é o amor. Não vou partilhar o trailer, acho que isso estragaria.. Eu não o vi antes de assistir ao filme, acho que se assim fosse, não o teria visto. 

 

 

 

07
Jul18

Gostava de ter filhos?

Terminatora

Quando se é criança, o mundo não parece ser esmagador e destruidor de sonhos, como na verdade é. Achamos que com facilidade, se constrói uma vida e uma família feliz. Eu tenho uma família grande, logo meu desejo era também ter uma família. 

Que outros ensinamentos nos dá a família, que não seja trabalhar, casar e ter filhos? Construir um lar e viver em família. Este foi o conceito que me transmitiram durante anos. Meu objectivo de vida seria este. 

Durante algum tempo foi meu desejo encontrar o tal príncipe que me levaria ao altar. Passava horas vendo vestidos de noiva, ou mesmo até fazendo vestidos de noiva às bonecas... Véus. 

Mas cedo percebi que eu não entendia nada de como encontrar o príncipe ou sequer fazer com que alguém gostasse o suficiente de mim para ficar o tempo necessário para dar continuidade a uma família. Afinal, não era assim tão fácil. 

Nem foi mais fácil arranjar um lar sozinha, logo fiquei muito mais tempo em casa dos pais. Muitas vezes fui "praguejada" para sair de casa e casar. Pois... outros tempos, outros tempos. Tempos em que casavam com o primeiro namorado, e nem precisavam namorar 10 anos para perceberem que queriam ficar juntos toda a vida (ou não..). Aliás, namorar mais que 2 anos sem casar já deveria ser considerado uma vergonha. 

Fico feliz por os tempos terem mudado. Mas mais feliz fico por perceber que eu também mudei drasticamente ao longo da vida. Após relações falhadas o meu desejo em querer criar uma família diminuíu em consequência disso. E já não fico stressada por me ver a envelhecer e ainda não ter filhos, como quando vejo tantas amigas e agora a irmã mais nova, a construirem suas vidas em redor de um lar. 

Além de não ter a certeza se um dia encontrarei o par ideal para isso, também o meu físico não se encontra no melhor. E eu dou por mim a pensar, como vou eu ter condições emocionais e físicas (além de tempo) para me dedicar a outro ser. Conseguirei perder horas de sono, acarretar mais dores físicas em prol de cumprir o meu propósito neste mundo? 

Serei uma desilusão para as mulheres, porque afinal concluí, que se calhar já não quero assim tanto filhos? Quanto muito adoptaria uma criança precisando de amor e protecção.  

 

Estou em constantes mudanças, aquilo que sou hoje; aquilo que penso hoje pode já não ser o mesmo amanhã. Mas dou por mim muitas vezes a reflectir... eu não terei energia para cuidar de uma criança. E não sei se voltarei a ter. A minha vida é uma névoa neste momento, mas talvez essa névoa se dissipe no futuro.. 

Talvez volte a ter a vontade tremenda de ter filhos que outrora tive... ou talvez não. 

05
Jun18

A tomada de consciência

Terminatora

Apesar de estar ausente aqui, eu estou sempre atenta. Atento sempre ao que se está passar ao meu redor. Presto atenção ao que vai passando para o mundo, noticías e não-notícias. Acontecimentos e desastres. Estou bem atenta e vejo, mesmo quando para meu bem, eu finjo não ver. 

Eu preocupo-me. Preocupo-me demasiado até, com assuntos que não me afectam directamente, afligo-me por ver o outro em apuros. Aflijo-me bem mais do que na verdade gostaria e revolto-me bem mais do que devia. 

Eu já devia saber que mais de 95% das pessoas só pensa no seu umbigo, são marionetas das instituições e do sistema. São essas que influenciam outras e outras e outras... Formando assim um ciclo vicioso de violência psicológica que nunca mais terá fim. 

Eu sonhei, sonhei que continuaria a defender essas pessoas violentadas e que só haveria amor para dar. Sonhei que as pessoas não seriam mais manipuladas e elas andariam de braços dados com seus outrora concorrentes. Sonhei que todos estavam felizes, simplesmente a trocar sorrisos e risos, e estórias e beijos. Não seria preciso mais nada para que pudesse haver plena felicidade, além do amor. 

 

O amor seria a resposta que todos procuram. O amor seria aquilo que eles queriam. Mais que uma carreira bem sucedida, mais que um carro ou vestidos de 500 euros. Mais que bens materiais... O amor seria o único objectivo a alcançar. 

O amor seria a resposta de todas as questões que nos consomem e não sabemos responder. 

O amor é a resposta a todas as questões.

 

 

23
Abr18

Se

Terminatora

Se há uns tempos me sentia apática e sem vida; apenas mais um ser entre esses tantos que por aí vagueiam, deambulam qual zombies e autómatos. 

Se eu disse que não sentia nada, que não conseguia criar laços duradouros, que não conseguia me dedicar inteiramente a outro ser.

Se eu disse que não voltaria a amar outro ser, que não me comprometeria com o destino, que esqueceria o que é isso de querer construir vida com alguém.

Se eu disse que não falaria de sentimentos e desejos, que não mostraria meu lado fraco e vulnerável, que não daria passo em frente, que não me aproximaria.

Se eu disse que iria banir do futuro tudo o que pudesse desencadear tais pensamentos furiosos, que queria inverno e outono para sempre, que não queria de forma alguma voltar a sentir tormentas.

Se disse tudo isso, se tentei ser alguém que não eu, se quis banir tudo de bom que havia no futuro, se quis esquecer o quão importante é ter alguém que nos OLHE e VEJA de verdade, foi porque não estavas no meu passado. 

19
Dez17

Amor de Irmãos

Terminatora

A casa nunca mais ficou impecavelmente limpa pela semana. Nunca mais houve silêncio às 7h, às 19h, às 21h. Por vezes até de madrugada era quebrado o silêncio. E quando havia silêncio quando não o era de esperar, algo estava mal! Cereais pelo chão, roupas desarrumadas. Maquilhagem destruída. Caos. 

Quem não sabe o que é a balbúrdia em que fica uma casa com crianças? Quem não os tem, gostava de ter. Por ter os meus, não imagino como seria minha vida sem eles. Afinal, foram eles que me ensinaram o valor do amor de um irmão, foram eles que me ensinaram a ser responsável. Foram eles que me fizeram crescer. Ensinaram-me a cuidar, a limpar, a ser no fundo segunda mãe. 

Muitas vezes aborreci-me também. Discutimos. Ficamos de costas voltadas, porque por ter personalidades tão fortes ninguém queria ceder ao outro. Mas soubemos ultrapassar. Apesar das nossas diferenças, o amor que sentimos uns pelos outros prevalece. Com o passar dos anos consegui valorizar cada vez mais este amor. Aprendi, que não conviver diariamente com eles, me fazia mal. Eu sentia falta dos meus meninos. Sentia falta de os proteger e amar. Sentia falta de cuidar e olhar por eles.

 

Não éramos família de expressar sentimentos. Nunca fomos. Nunca soubemos como chegar a uns e outros. Mas hoje, digo-lhes sem medos. Amo-vos. Amo-vos imenso e tenho orgulho de vocês. Cada um tornou-se num ser humano muito especial e único. Cada vez mais a comunicação entre nós cresce, apesar da distância. Pela primeira vez, passo um Natal longe, e saber que não vou ouvir suas gargalhadas pela manhã.. Que não vou ficar em pijama com eles até à uma da tarde. Que não vamos experimentar o jogo de tabuleiro novo, juntos. Que não vamos almoçar e jantar todos juntos... deixa-me triste. Mas feliz. Estou imensamente feliz, porque construímos uma bela relação. Amores não me faltam... E não há maior amor que o da família. 

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