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Extermínio de Pensamentos

"Happiness only real when shared"-Christopher McCandless

Extermínio de Pensamentos

"Happiness only real when shared"-Christopher McCandless

13
Ago19

A vida

Terminatora

Há uns tempos, vi algo sobre o quão importante é termos objectivos na vida. Porque isso completa-nos e faz-nos querer lutar para ser reconhecidos e atingir esses objectivos. É o ter sonhos e realizá-los. 

Mas 10% da população, não os tem defenidos. Como eu. 

 

Se eu olhar para, sensivelmente, há uns 25 nos atrás, eu sabia que queria ser professora ou médica. Junto com minha irmã, passavamos verões inteiros a construir dossiers e relatórios ficcionais de medicina e de estudo. Nessa altura não tinha dúvidas que escolheria entre estas duas profissões. 

Depois de vários acontecimentos, trágicos e traumáticos, deixei de "querer", "sonhar" e comecei a ser racional. Não poderia carregar meus pais com mais fardos, teria que ajudá-los a sustentar a família. Até lhes alertava para o facto de estarmos no limiar de ser uma família que se poderia sustentar só com uma pessoa a trabalhar. 

Nunca mais coloquei a hipótese de seguir o que gostava. Passaram mais de 20 anos, desde que decidi seguir outros caminhos e comecei a tomar decisões sozinha. Muitas péssimas. Muitas desilusões. Mas o orgulho nunca me deixou pedir ajuda a meu pai, pra voltar a estudar. E se o tivesse ouvido, talvez fizesse algo que me gratificasse mais hoje em dia.

Mas também o culpo. Se ele tivesse cuidado melhor de nós, orientado e guiado melhor aquela família, poderíamos estar noutra situação. 

 

Dei por mim várias vezes a culpar meu pai, por imensas decisões erradas que tive. Por imensas noites não dormidas. Por não ver nele um exemplo de pessoa a seguir. Por ele nunca ter participado nas nossas conversas e nunca ter demonstrado interesse em nossas vidas. A não ser que fosse para criticar. Aí sim, levantava sua voz para abafar os outros. Nessas alturas era um ser sapiente e cheio de experiência. 

 

Agora, sou adulta... Quem vou culpar pelas decisões que me trouxeram até aqui? Ter um trabalho que não me completa de forma alguma, colegas que em nada me consigo identificar nem sequer simpatizar. Parecem por vezes mais perdidos que eu. A quem vou apontar o dedo, por profissionalmente me sentir um fracasso? 

Eu sei a resposta. E por ter este dasabafo, que não se pense que eu não sei o que fazer... Sei. Geralmente quando desabafo, é porque já pensei demasiado no assunto antes e já cheguei a conclusões. 

Sou bem mais persistente e forte do que pareço. Nisso, devo à minha mãe . Esteve no inferno e voltou. 

 

Ahh... Isto é uma vida.

02
Jul19

Depois da tempestade

Terminatora

Já lá vai algum tempo que não escrevo, que não desabafo ou leio. Ler que me foi outrora um prazer enorme, agora já não me cativa. 

Ando cansada.. Será por isso que não sinto vontade de nada. 

Tenho tanto para desabafar, mas zero de energia para o efeito. Tantas e tantas vezes dei por mim a pensar, porque tive eu que crescer? Porque tive eu que ser teimosa? Porque tive eu que me tornar adulta? Quantas vezes não desejei, vivi vezes sem conta, na memória a infância feliz que tive. Apesar de ser alguém algo desestruturada, foram esses momentos felizes que salvaram o pouco de sanidade que ainda resta neste cérebro maltratado.  

A mim, não me preparam de todo para o mundo adulto. Fui me preparando. Fui aprendendo. E sinto que comecei extremamente tarde. Sentia-me adulta, por ser irmã mais velha, há já muitos anos. Mas que sabia eu de ser-se adulto? É tão complexo e tão desgastante. Tanta regra, tanta lei, tanta conta, tanta exigência! 

E as pessoas? Parecem-me cada vez mais irritantes. Estou sem vontade e paciência para me importar com quem quer que me seja desconhecido. Preciso de um trabalho onde possa estar só, porque estou a ficar "doida" com tanto forçar diálogo, quando não me apetece nada.  

Enfim..  cansada. Quero voltar para os braços da minha mãe....

 

 

 

11
Fev19

Don't you just love the countryside?!

Terminatora

Mudei-me recentemente para uma área rural. Mesmo muito recentemente..há uns 5 dias. Já fiquei encharcada até aos joelhos, os meus ténis predilectos estão todos enlameirados (mas são os únicos de momento aptos para "todo o terreno"). Ainda não tive tempo para explorar mais...Só me falta encontrar veados a saltar por aí. Já me avisaram para ter cuidado, que os pestinhas gostam de pregar "sustos". 

 

Estava no outro dia à janela.. a apreciar o quão bom é estar rodeada de sons naturais, água a correr nas rochas, passarinhos a cantar, o vento nas árvores...a chuva a cair. É tão bom! Quando dei por conta destas marotas a saltar o ribeiro, que separa o seu pasto das casas e respectivos jardins, para virem precisamente para este lado do terreno. A relva do vizinho é melhor, hein?! 

 

Estou a adorar o campo. Senti imensas saudades disto. Não sei quanto tempo fico... mas o que já vi em tão pouco tempo, faz-me querer ficar cá para sempre. 

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27
Jan19

Meio termo?

Terminatora

Tudo ou nada! Não consigo ser dessas pessoas que se contentam com meios termos. 

Prefiro então não ter nada que só ter a metade. Já a paciência, ou a tenho, ou não tenho... Não consigo ir tendo. 

No meio termo sinto-me deprimida, como se me faltasse algo, como se não fosse eu no todo. 

Prefiro o nada se não puder ter tudo. 

 

 

14
Nov18

Fake news

Terminatora

Não vou falar daquelas fake news políticas com que muito se tem deparado. É outro tipo de fake news que já anda a causar mortes. É quando pessoas incultas, imaturas, de culturas estranhas e de hábitos estranhos, se deixam influenciar por boatos lançados nas redes sociais ou meios de comunicação, géneros Whatsapp. 

 

Já tinha visto documentários, sobre tribos em África onde as pessoas queimavam outras por serem acusadas de bruxaria. Já tinha visto também muitas notícias sobre partes remotas na Índia, Paquistão e outros, onde queimam, ou matam, ou torturam pessoas, sob alguma acusação de desonra familiar. Se isto era considerado normal há séculos.. Penso que crescemos um bocadinho para perceber que isto são costumes desumanos, ou não?

São hábitos, tradições, costumes, castigos, vistos como naturais nestas comunidades. Nós, que temos outra mentalidade, achamos isto bárbaro.. Desde que me lembro de ver o primeiro documentário (há muitos anos) sobre isso, que não vejo mudanças ou intervenções nessas comunidades de forma a incutir algum senso comum, ou mudar/melhorar alguns dos seus costumes. De forma a preservar as vidas humanas que se perdem por costumes hediondos, como estes. Portanto continuam com as suas estúpidas tradições, e estúpidos costumes! 

 

Mas e quando a tecnologia de comunicação, vai parar às mãos deste tipo de pessoas? Agora que reflicto... Deveria este tipo de comunidades ter acesso a este meio de (des)informação? 

 

Li há pouco tempo uma reportagem da BBC, sobre a morte de dois homens numa vila no México, a fogo posto, em plena praça, por uma multidão de gente enraivecida em resultado de uma mensagem no Whatsapp, que foi partilhada por grupos e pessoas daquela região. Notícia aqui.

O que me chocou nesta história, foi que tratou-se de um boato, sem confirmações e provas. Mas as pessoas acharam por bem fazer justiça com suas mãos. E aparentemente, nem haviam crianças desaparecidas, como estavam sendo as vítimas acusadas de rapto infantil. Ou seja, poderá ter sido um acto de vigança encomendado de alguém. Eu não estava lá, não vi, não sei. Li o que li. Mas que este não é caso único, não é. 

Tem acontecido por vários países, lançarem-se rumores destes e o povo decide fazer justiça com as próprias mãos. E acontece onde as pessoas são umas completas ignorantes e imaturas. 

O caso que me chocou ainda mais foi o do Brasil, uma mulher ter sido torturada e morta por uma multidão também... E aparentemente, tudo mentira. Notícia Não encontrei no entanto o primeiro link que li, onde continha dois vídeos que mostravam a barbaridade que fizeram com esta senhora. 

 

Quer-se mais evolução tecnológica. Quer-se mais modernismo, mais comodismo, mais facilidade, mais acesso, mais de tudo o que verdadeiramente NÃO PRECISAMOS. E eu pergunto, tem este tipo de gente direito à tecnologia e estes meios de comunicação? Como fazer por controlar este género de pessoa, se é que se pode chamar a estes bichos de pessoas. Não é humano, quem tem a coragem de participar da morte de alguém. Como conseguem dormir? Como conseguem viver consigo próprios?

A realidade, é que estou eu e mais alguns milhares, revoltados com estas atitudes e situações, em vão! Porque estas pessoas vão continuar a ser ignorantes, e vão passar esta ingorância à próxima geração e assim vamos caminhando para o fim do mundo. Será, nem mais nem menos, os ingorantes a dar cabo dele. Ou isso, ou as máquinas vão nos exterminar a todos.. O que não me espanta mesmo nada que assim fosse. Afinal de contas, os filmes até têm uma base de verdade. Nós, é que preferimos, pensar que os guionistas e realizadores têm uma imaginação muito fértil. 

 

 

12
Nov18

"Iludências"

Terminatora

As iludências aparudem

(É como eu gosto de dizer a célebre frase: As aparências iludem)

 

Sou por norma uma pessoa bastante discreta. Faço por manter a minha vida o mais privada possível, partilhar nas redes socias (não uso tantas assim, FB e instagram (não há lá fotos minhas)) tudo aquilo que faço, "ganho", festejo, etc, está fora de questão. Quanto muito mudo a foto de perfil uma vez ou duas no ano... Desde que soube que as fotos de capa eram públicas, nunca lá coloquei nada privado. 

Pode parecer para algumas pessoas que conheço, estranho. Bem tentam elas por vezes me apanhar em fotografias e partilhar com a minha identificação, só que não permito. Obsessão? Medo de alguma coisa? Hmm Talvez. Talvez os dois. 

 

Lembro-me que quando comecei a utilizar redes sociais, pouco lidava com este mundo novo e recordo-me inclusive de fazer "sessões fotográficas" com algumas amigas, e depois lá partilhava orgulhosamente, somente as que estavam bonitas! Só as quais em que eu estava com melhor cara. 

Toda a vida fui um patinho feio, e deu imenso trabalho aprender a gostar de mim. Portanto, nessa altura já eu estava mais confiante de mim, mas ainda assim queria aprovação de outros. Por isso, provavelmente publicava mais fotos minhas. Era uma atitude inconsciente, eu não pensava que me iam achar bonita, mas como a foto me parecia bem, queria mostrar aos meus amigos. E ficava feliz, claro se me diziam que estava bonita. Mas, nunca me convenci completamente. Nem mesmo hoje me convenço, simplesmente aceitei-me como sou, melhoro o que posso sem parecer algo que não sou e considero-me razoavelmente feliz assim. 

Ontem estava a ver pessoas que sigo no instagram, casualmente, quando algo me ressalta. E é o que toda a gente já viu e já se apercebeu. Não vou comentar nenhuma novidade. Fotos de decotes enormes, pernas bronzeadas (lindíssimas...admito!), fotos e mais fotos que deixam pouco à imaginação. Bom, não faz a mínima diferença na minha vida e no meu dia a dia, ver ou não este tipo de fotos, nem eu sou daquelas que vai fazer os tais comentários : Oh gorda vai fazer dieta! Como acontece, infelizmente, a quem se expõe assim. Mas, este tipo de fotos é geralmente de pessoas bonitas. E como são bonitas, claro, têm uma facilidade enorme em se expor e não se importam. Como diz o trolha: O que é bom é para se ver. Frase com a qual, não concordo minimamente e não é por eu ser conservadora, é somente o meu ponto de vista. 

Mas porque partilham tanto fotos assim? Qual a necessidade de tanta afirmação? 

 

Se calhar, eu é que não entendo porque nunca fui bonita, e quero é me esconder do mundo. Porque provavelmente, se fosse o contrário, eu andaria aí a exibir o "material" todo para toda a gente ver. 

Por outro lado, essas mesmas já foram criticadas e Ah e tal, não me afecta nada o que dizem sobre mim. Mentira. Afectam-se sim, senão não ponham silicones ou não tentariam emagrecer para ficar melhor aos olhos de outros. 

Só estou a criticar porque não sou bonita e pensando bem, deve ser pior já ter-se sido bonito e de repente ficar feio e perder toda a adoração que se tinha, do que ter sido sempre feio e depois conseguir melhorar um bocadinho a aparência e receber aceitação geral (Eras tão feeinha, mas agora 'tás bonita! Awww!!).

 

E porque é que decidi escrever isto? Não sei...apeteceu-me. Estou um bocado fartinha de ver vidinhas "perfeitas" pintadas por aí, quando a realidade é outra. Fartinha de ver as pessoas se venderem por moda. Banalidades. 

 

 

30
Out18

Lá vem ele de novo

Terminatora

Gosta de ir às cavalitas das pessoas. É como se fosse uma criança embirrenta que não pára quieta no topo dos ombros. Põe-se aos saltos que nem louco mesmo em cima de nós. 

É teimoso e não se assusta com nosso ar mais sério. Estrangula-nos, já no seu auge, sufoca. Sentimos a cabeça a aumentar de tamanho, esmaga-nos o cérebro contra o pescoço. Sentimo-nos a inchar e a ficar cada vez mais zonzos. 

Um copo de água com açúcar que isso passa... Dizem-me. Descansa que isso passa... Relaxa, que isso passa... Não penses nisso, que isso passa... 

Passa... por algumas semanas, passa. Ele torna-se mais leve de suportar e não causa tanta dor. Até que nos esquecemos que ele está sempre ali, no topo dos ombros. Pronto a voltar à carga, quando deixamos de lutar contra a pressão à nossa volta. 

 

Vou ter que aprender a viver com ele, até que saiba como me livrar dele.

23
Out18

É com cada coincidência

Terminatora

Dados os últimos acontecimentos, andava ontem à procura de um filme com que me pudesse animar, ou ajudar a deitar todas as mágoas para fora. Depois de ver vários que não me chamavam minimamente a atenção, parei num de Keanu Reeves e Winona Ryder - Destination Wedding. 

 

Eu por ver o nome, pensei logo, alguma piroseira sem muita graça, mas li mais ou menos o resumo e pareceu engraçado. Decidi carregar no play, pensando que me ia desmanchar em lágrimas todo o filme... Mas para meu espanto, ri-me imenso. Este não é o típico romance ou a típica comédia romântica. Tem ironia, sarcasmo, cepticismo, frieza, negatividade, mas também tem esperança, transparência, falhanços e positivismo. Estão bem patentes nos personagens e são elas também o oposto uma da outra. São personagens estranhos, carracundos e sem esperança na humanidade. Já para não dizer que são dois actores fabulosos e interpretam na perfeição estes desajeitados. 

 

Não é filme para o gosto de qualquer um, provavelmente se eu estivesse numa fase muito animada da minha vida, iria achar o filme completamente aborrecido, mas identifiquei-me imenso com todas as conversas das personagens e só quem já viveu algo parecido, consegue se rir do que acontece, pois de certa forma reve-se naquelas duas personagens. 

 

Achei bastante irónico também dar com o filme especialmente agora (!).

Enfim, eu recomendo vivamente a quem não perdeu a coragem de entregar seu coração apesar de todas as desilusões, que já sabemos de antemão, poderão acontecer. E mesmo assim, não enterrar esse sentimento bonito que é o amor. Não vou partilhar o trailer, acho que isso estragaria.. Eu não o vi antes de assistir ao filme, acho que se assim fosse, não o teria visto. 

 

 

 

17
Out18

Estranhos

Terminatora

Personalidades complicadas. Vidas atropeladas e cheias de mágoa. 

Quem realmente nos quer entender? Quem consegue entender? 

Apesar de rodeados de pessoas que pensamos nos quererem bem, há sempre um sentimento de alerta à espreita. Como se não pudesses estar à vontade, baixar a guarda por um bocadinho porque serás atingido por alguma flecha perdida. 

 

Em sobressalto e constante desconfiança, é como me vejo a relacionar na maior parte das vezes com as pessoas. Muitas vezes prefiro manter a distância, não querendo criar laços porque sei já, que eventualmente me irão desiludir. Ou talvez eu me canse delas e da vida que levo com elas e queira me afastar. Mais vale que a relação seja superficial e assim não tenho que explicar o porquê de me ter afastado. Não haverá dramas e choro. 

 

Que me chamem de estranha... 

 

 

 

 

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