Burnout
Gostamos nós muito de estrangeirismos. É os media (midia), já não dizemos média. É brainstorming, já não dizemos troca de ideias. E a lista estende-se muito mais. Tal como este do título. Penso que não é difícil chegar lá. Traduzindo à letra será: completamente queimado, reduzir a cinzas, queimar. Mas trata-se na verdade do termo para esgotamento, mais do foro psicológico. Não investiguei muito o termo, mas li uns artigos a semana passada e anotei nos rascunhos, para quando tivesse oportunidade, falar do mesmo.
Não investiguei, porque sei bem o que é estar próximo de um. Aliás, quem hoje em dia não tem os neurónios a queimar ferozmente? Óbvio que perdemos neurónios todos os dias, uns mais que outros, mas não ficam ali todos para contar história. Teremos sorte se eles dentro de 50 anos ainda conseguirem processar como se frita um ovo!
As dores de estômago que provoca. O peito que se aperta e o coração parece que vai romper pelas costelas a qualquer momento. A sensação de angústia e ansiedade que sobe pelo esófago e nos seca e aperta a garganta. O cansaço...o cansaço que não vai embora. Acordar sempre esgotada. Nada de grave...mas que se persiste, dizem, que pode trazer consequências mais graves. Podia ser um caso desses... ou posso vir a ser. Não sei. O ser humano é tão complexo e interessante. Tão previsível e explosivo ao mesmo tempo.
E dizem que o excesso de trabalho leva a este "burnout". Já tive excesso de trabalho, fui-me abaixo sim, não pelo excesso de trabalho, mas por falta de apoio de quem estava a meu lado. A pressão e exigências psicológicas são mais prejudiciais que qualquer esforço físico que se faça. Eu estava cansada fisicamente, mas não era esse cansaço que me esgotava psicologicamente, era o eu não estar a satisfazer todos à minha volta de igual forma. E esse "não ser suficiente" corroeu-me por meses...se calhar anos. Lentamente. Até ao dia em que tive todas as sensações que descrevi acima e disse basta. Basta. Sou humana, cometo erros. Falho. Não consigo satisfazer toda a gente, que se dane. Tenho que me importar comigo. A chave está em conseguir se desligar daquilo que faz mal. Deixar para lá o que não se consegue controlar. Aceitar que erramos, fizemos o nosso melhor e não foi suficiente. Deixar o que tem de ir, ir. Se libertar e começar de novo se for preciso.
O problema de muitas pessoas, sofrerem de esgotamento, ansiedade, nervosismo e tudo o que lhe está inerente, é essa mesma incapacidade de se desligar. Carregar no interruptor. Ter a coragem para acabar com tudo o que lhes faz mal. Ousar querer, ousar se merecer! Ousar viver para si primeiro e só depois para segundos e terceiros.
Chega de se queimar, chega de se esgotar... Antes que esgote a vida, aprendamos a se desligar, respirar fundo e prosseguir com a sabedoria do passado, mas com a esperança que o amanhã será maravilhoso!