Vida de sacrifício
Enquanto jovens, queremos ter independência. Não queremos que nossos pais nos controlem mais, não queremos ter que dizer quando vamos ou não chegar a casa. Não queremos ter que estudar mais. Queremos trabalhar!
Queremos ter o nosso próprio dinheiro, a nossa própria independência, a nossa própria vida.
Depois chegamos ao ponto, em que estamos sempre a trocar de trabalho. O dinheiro é pouco, pagar carro, gasolina, outras coisas. Vamos adiando a nossa saúde. Trabalhamos mais horas... pelo mesmo dinheiro. A saúde sempre para baixo. Não temos tempo e também já não temos dinheiro.
Quando estávamos em casa de nossos pais, eles cuidavam de nós. Levavam-nos ao médico. Não nos faltava nada...
Agora trabalhamos para ter uns tostões, para poder sobreviver. Queremos arranjar casa, mas não temos como. E estamos a ficar cada vez mais cansados, mais doentes.
Cada passo agora dado, parece ser caminhar em cima de pedras pontiagudas. Pegar em algo mais pesado, é um martírio! Chegamos ao fim do dia esgotados, sem forças, sem ânimo.
Onde está o desejo pela independência? Onde está aquele espírito rebelde? Só queríamos ter férias...por tempo indeterminado, com tudo pago e recuperar a nossa saúde...
Pois bem, queremos crescer tão rápido, que o mais importante fica para trás. Agora não conseguimos aproveitar a vida. Somos uns tristes e cansados, destinados a ficar de baixa uma grande parte da vida, para poder recuperar o que o trabalho e a teimosia tirou.
O ser humano é tão contraditório... Não sabe o que quer, e quando sabe o que quer, não consegue meios para obter.